O aquecimento de água é um processo no qual é consumido uma grande quantidade de energia, pelo que a selecção e utilização eficiente destes sistemas apresenta um grande impacto no consumo de energia.
• Esquentadores a gás e caldeiras
Os esquentadores a gás e as caldeiras murais são dispositivos que aquecem
imediatamente a água no momento em que é necessária.
A selecção do esquentador depende da análise de um conjunto diversificado de factores salientando-se a capacidade (o número de litros de água aquecidos num minuto), o número de pontos de tiragem de água, a distância entre o local do esquentador e o de tiragem de água, bem como do tipo de sistema de ignição de chama e do tipo de sistema de ventilação dos gases de combustão (atmosféricos ou ventilados).
Podem dividir-se em:
•aparelhos de potência fixa, em que a temperatura da água baixa com o aumento do fluxo. Por isso, caso se abra uma torneira enquanto uma pessoa toma duche, a água deste ficará mais fria;
•aparelhos de potência variável, que não apresentam este problema, porque os fluxos de gás e água estão relacionados entre si, de forma a manter a temperatura tanto quanto possível constante. Estes aparelhos estão a substituir os anteriores, por oferecerem maior conforto aos utilizadores e, também, maior economia.
Obs:A chama do esquentador deverá apresentar uma cor azulada quando em funcionamento. Tonalidades amarelas indicam que a combustão é incompleta, provocando um maior consumo de gás.
• Termoacumuladores eléctricos
Estes equipamentos são formados por uma resitência eléctrica que aquece a água num reservatório isolado para a armazenar, um termóstato e um dispositivo que impede o sobreaquecimento. O aquecimento da água com termoacumuladores não é imediato encontrando-se dependente da potência da resistência eléctrica e da capacidade do aparelho. É sempre necessário aguardar algum tempo até que a água aqueça e possa ser utilizada.
A capacidade do termoacumulador, que, para uso doméstico, varia entre 30 e 150 litros (embora existam capacidades superiores), deve ser escolhida em função da quantidade de água necessária: cerca de 50 litros por dia por pessoa, 100 litros para duas ou três, 150 litros para quatro ou mais pessoas.
O aparelho deve ser instalado de preferência num local quente e estrategicamente colocado entre a cozinha e a(s) casa(s) de banho, para minimizar o comprimento da canalização necessária e consequentemente diminuir as perdas de calor. Nunca deve ser instalado numa cave não aquecida.
Devem efectuar-se manutenções periódicas (cada dois anos), aos tanques de armazenamento de água quente dos sistemas de aquecimento central e termoacumuladores eléctricos, para remover os depósitos de calcário da resistência, reparar de imediato as torneiras que vertem e substituir os ânodos de magnésio (dispositivos que servem para prevenir a formação de ferrugem no depósito). Além disso, de seis em seis meses deve abrir-se a válvula de segurança, para eliminar depósitos de calcário que se tenham formado.
Adaptado de: “Manual do Consumidor- eficiência energética dos edifícios residenciais”, texto de Pieraldo Isolani, com a colaboração de Riccardo Comini - Adiconsum, Itália; Florence Clement - ADEME, França; Francisco Puente - ESCAN, Espanha; Alessandro Orlandi - Adiconsum, Itália; Isabel Oliveira - DECO, Portugal;Pedro Lima - ADENE, Portugal; Diogo Beirão – ADENE, Portugal. Coordenadores: Andrea Fornari e Sara Zecchini. Lisboa, Maio 2008